quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Contar não resolve

"Turista é morto a facadas por dívida de R$ 7 em restaurante de Guarujá

Jovem se recusou a pagar diferença e foi espancado por garçons e gerente.
Ao ver confusão, dono do estabelecimento golpeou rapaz com uma faca."


Fonte: G1


A vida tem preço? Tem. A do turista citado nas notícias que rodaram o Brasil neste comecinho de ano custou SETE REAIS. Mas varia de pessoa para pessoa e tem interferência do contexto. A de um ganhador da mega-sena, por exemplo, foi pouco mais de R$ 50 milhões. Ele foi assassinado em 2007. O caso mais recente é bastante emblemático quando se refere a que ponto chegamos no Brasil. Mata-se por nada (ou "quase" nada). Aí, o Ministério Público lança uma campanha pedindo para que as pessoas contem até dez antes de qualquer ato de violência e ficamos com a impressão que o problema é fácil de ser resolvido.

A sociedade que pede tolerância ao apoiar o comercial de tevê cheio de boas intenções é a mesma que alimenta a indisposição para respeitar os opostos. Geração após geração, pais inconsequentes continuam a pedir aos filhos para não trazerem desaforos para casa. Ou seja, esqueçam a matemática da campanha do MP e briguem! E é disto - também - que a violência se alimenta: das nossas incoerências.

O dono do restaurante no litoral de São Paulo pode até ter visto o Anderson Silva falar da técnica para controlar a raiva, mas, certamente, não seria um comercial a mudar tal atitude. Reflexão não é garantia de que a horrível estatística de homicídios por motivos fúteis no País caia. O que combate qualquer tipo de violência é educação (dentro e fora de casa) e punição rigorosa.

Clébio Melo

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