domingo, 27 de janeiro de 2013

Não sabemos o que é prevenção

Alvará de boate incendiada estava vencido desde agosto, diz bombeiro

Fogo começou por volta de 2h30 de domingo (27) e matou pelo menos 232.
Boate recebia festa de estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.


Fonte: G1

Depois de toda tragédia é que vem a mobilização do Estado. É sempre assim aqui no Brasil. O Poder Público jamais aprendeu a trabalhar com a prevenção dos desastres, digamos, previsíveis. Foi assim quando das mortes causadas pela chuva na região serrana do Rio de Janeiro. Criou-se um sistema de aleta e alarme para avisar dos perigos iminentes aos moradores de áreas de risco. Ainda nesta semana que começa, vamos ver inspeções e mais inspeções de autoridades nas boates e casas de eventos do RS e do país. Aí a sociedade se tranquiliza até que outra má notícia chegue.

Quem gosta de sair à noite para ambientes como o da Kiss compartilhou da dor e alimentou o medo ao saber da desgraça. É mais comum do que se pensa encontrar locais sem saída de emergência; a mesma porta da entrada é a da saída. E, em algumas boates, o pagamento do consumo só acontece na hora de ir embora! Não há instruções do que fazer em situações como a de um incêndio, por exemplo. Não temos a cultura, em lugar algum do Brasil, da preparação ou do treinamento para uma ação civilizada e correta. Por isso achamos estranho quando sabemos que, em vários países sérios, existem simulações em ambientes públicos para que a população não fique em pânico diante do perigo.

Temos a sorte de casos assim não acontecerem com frequência, pois estaríamos perdidos! Que o luto emanado de Santa Maria (RS) desperte a inteligência e a boa vontade em nossos governantes de abolir uma falha já tão conhecida por todos. Fica mais um aprendizado doloroso de que uma mudança de postura é bem mais importante do que a repetição que sempre surge daquele velho e bom ditado popular: "É melhor prevenir do que remediar."

Paz aos familiares e amigos das vítimas.

Clébio Melo

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