quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

De pernas curtas

"Aneel muda tarifa da Santa Cruz e Energisa Borborema

(...) A Aneel também aprovou o 3º ciclo de revisão tarifária periódica para a Energisa Borborema, com aumento médio de 7,74%, sendo 7,84% para indústrias e 7,56% para residências."

Fonte: site IstoÉ Dinheiro


Eles nem se dão mais ao trabalho de elaborar uma boa mentira. Falham com a falta de vontade de quem já tem certeza que o povo é burro. Com uma agilidade que contradiz o ritmo normal da maioria das ações do Poder Público, a presidenta Dilma Rousseff anunciou a redução na conta de energia do brasileiro. Era setembro de 2012 ainda. De lá para cá, é o marketing que vem tentando convencer uma população cada vez mais politicamente consciente de que a medida vale mesmo uma grande comemoração. E até agora não conseguiu. Apenas a equipe do Governo Federal e lobistas do setor industrial festejam.

Também pudera. Depois da bonança "nunca antes vista na história deste País" vem a tempestade dos aumentos em série: telefonia fixa, gasolina e - pasmem - até a própria energia elétrica! Para os usuários de 166 mil unidades consumidoras da Energisa em parte da Paraíba, por exemplo, a redução vem acompanhada de outro "r": de "reajuste". É uma piada de mau gosto, alimentada pela incapacidade do governo em explicar responsavelmente de onde virão os recursos para pagar essa bondade toda. Aí cai nos nossos ouvidos a declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: "(...) O Tesouro tem de bancar. De onde ele vai tirar dinheiro é uma questão interna do Tesouro."

Essa política do "depois a gente pensa numa solução" come, cada vez com mais apetite, as chances de o Brasil liderar o grupo de países com um desenvolvimento estável e sustentável. Os economistas têm um conselho bem proveitoso para situações assim: empurrar uma conta com a barriga só faz aumentá-la.

Clébio Melo

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