"(...)uma lei complementar, que é a lei 201, de 2000, no seu artigo 36, veda terminantemente que haja operações de crédito da União com entidades financeiras sob seu controle. Portanto, não podiam ser feitas essas operações de crédito, operações de crédito que foram feitas por longo prazo, em quantias exorbitantes. Que não se confunde com aquilo que pode se chamar de fluxo de caixa, e que pode ter ocorrido no governo Fernando Henrique e no governo Luiz Inácio Lula da Silva, mas que neste governo, seja em 2014, seja em 2015, alcançaram volumes extraordinários por longo tempo, empurrando-se com a barriga uma dívida." - Miguel Reale Júnior (um dos autores do pedido de impechment da presidente Dilma)
Grifem a parte em que o jurista reconheceu que a mesma prática "pode ter ocorrido" nos dois governos anteriores. Por si só, a declaração se configura em prova do golpe de Estado que está em andamento.
Para os que ainda confiam no jornalismo da Rede Globo, aqui está o link de onde a transcrição acima saiu: http://g1.globo.com/…/comissao-da-camara-ouve-dois-dos-juri…
Você pode até ter preferências políticas e razões de sobra para criticar o atual governo, mas me recuso a acreditar que queria escolher o caminho nebuloso de um golpe para depositar sua esperança por dias melhores.
Tão triste quanto apoiar algo que pode colocar em risco direitos conquistados com sangue por pessoas como a presidente Dilma Rousseff, é perceber parte da geração da qual faço parte não se posicionar. Permitam-me dizer: "NEUTRALIDADE", neste caso, é para os covardes. Aliás, a posição - defendida por muitos - nem cabe no contexto atual. Não é o "lavar as mãos" bíblico. Quem cala, apoia. Simples assim.
Tivemos a sorte de nascer e viver em tempos de paz e prosperidade. Jamais precisamos lutar por nada tão sério quanto a LIBERDADE. Já pararam para pensar na história de alguns direitos que muitos de nós desfrutamos hoje? Mulheres com direito ao voto, liberdade de expressão e de imprensa, casamento gay, entre tantos outros. Muita gente apanhou feio para que as boas condições atuais pudessem existir. Não precisamos ter vivido a Ditadura Militar para despertar a repulsa automática pelo Regime de exceção.
É com tristeza no coração que escrevo isso. Foi com vergonha na alma que acompanhei o pesar no rosto de uma mulher com uma história de luta formidável durante uma entrevista coletiva. Na plateia, um monte de colegas jornalistas que, certamente em sua maioria, nem a ouviram com decência. O texto já estava desenhado antes da voz da presidente ecoar. Perguntas idiotas, vazias; outras que deixavam claros os objetivos de se extrair uma frase que se encaixasse naquele texto orientado por quem comanda uma cobertura para lá de duvidosa.
E sorrindo da situação toda e do estado ébrio de uma nação inteira, Eduardo Cunha, Michel Temer e muitos juristas de vários níveis de poder no país.
Por que grau de liberdade estamos dispostos a lutar para o futuro próximo do Brasil?
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