sexta-feira, 1 de março de 2013

And the Oscar goes to...

"2012 foi ano de crise, mas economia já está acelerando, diz Mantega

No fim de 2011, ele chegou a prever expansão acima de 4% para este ano.
Para 2013, Mantega reduziu expectativa de crescimento para 3% a 4%."


Fonte: portal G1

Ouso duvidar da reconhecida retórica do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels: não, uma mentira contada mil vezes NÃO se torna verdade! Se o nosso atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, duvida de mim nesse ponto, tem todo o direito. O que conheço de economia é ínfimo perto do que ele domina. Sei que autoridades importantes têm que medir as palavras para não derrubar bolsas de valores em cascata com uma declaração infeliz. Mas creio que a tapeação precise ser suficientemente inteligente para despertar o desinteresse da população, plantar uma pulga atrás da orelha do mercado e de cada especialista da área e ter um propósito que vá além da omissão pura, da enganação ou o que quer que seja nesse sentido.

Em cada entrevista que concede à imprensa, o ministro joga e alimenta projeções tão rasas quanto as previsões da Mãe Dináh. Depois, um instituto oficial vem e as destrói com veemência. Coitada da crise econômica mundial, que carregou, mais recentemente, toda a culpa pelo reles crescimento da economia brasileira em 2012: 0,9%. Esperava-se que o foco da conversa de hoje com os jornalistas passasse pela solução para retirar a pedra que embaraça um ritmo mais coerente nosso com o de nações do mesmo patamar econômico. E o que se viu? Mais um "palpite" otimista para 2013.

Só que o de agora não veio acompanhado de riso. Mantega estava visivelmente tenso, com uma cara de quem sequer confia mesmo no que diz. Pesa sobre ele, além da desconfiança de tanta gente, a pressão que vem até de fora do Brasil. Dia desses, a revista britânica The Economist sugeriu que Guido Mantega fosse demitido. Para não sair do governo em breve, ele terá de tirar da parede o quadro de "o otimista do ano" e agir. Mais que isso: as boas notícias precisam vir num curto prazo de tempo. Tarefa difícil, não é? Mas necessária.

Clébio Melo

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